É amigos, o sonho acabou, após quatro anos de espera após a conquista do penta, para que pudéssemos defender o título e conquistar a tão sonhada sexta estrela, pois sim, ela não virá mais. E quem impediu isso foram nossos algozes franceses. Pela terceira vez seguida em Copas, nós fomos derrotados por eles e não poderemos disputar o título.
Assim, como aconteceu em 1986, saímos eliminados nas quartas-de-final da Copa; Assim como aconteceu em 1998, o Brasil não jogou futebol. Em nossos confrontos com os franceses por Copas, só vencemos em 1958, só que não consigo somar esse jogo aos confrontos mais atuais, afinal, o Brasil jogou com Pelé e Garrincha, o que foi até covardia com os adversários. Na história recente, perdemos nas olímpiadas de 1984 por 2 a 0. Perdemos nos penaltis em 1986, após empate em 1 a 1. E o mais trágico, perdemos o penta, em 1998, na nossa até então maior vergonha em Copas.
Digo até então, pois depois do jogo de hoje, acho que superamos a marca anterior. Isso porque naquela decisão, ainda tinhamos o problema de Ronaldo, com a misteriosa convulsão que nos dá uma dúvida sobre o que teria acontecido se ele estivesse bem, como desculpa. E Hoje?
Hoje não temos nenhuma desculpa, jogamos completos, sem problemas. Mas então porque perdemos? Perder é normal, para haver um vencedor é necessário existir um derrotado. No caso nós! O problema é que a seleção tão alardeada pela mídia como favorita absoluta ao título, não só perdeu, e sim foi humilhada em campo, demonstrando total falta de raça, disposição para vencer o jogo.
Como pode existir uma seleção brasileira que não consegue chutar a gol? Pois sim, ela existe e jogou hoje. O Brasil deu apenas um único chute no gol de Barthez, apenas um, e mesmo assim de fora da área em jogada individual de Ronaldo que achou espaço e chutou. O goleiro espalmou a bola. Se formos contar no geral, mesmo assim, nosso primeiro chute a gol ainda foi no segundo tempo. Zidane parecia um maestro em campo, extremamente à vontade, em uma partida de gala. Para se sentir a situação, nenhum jogador brasileiro conseguiu tomar a bola do craque francês, sem fazer falta. Thierry Henry que vinha de atuações mais discretas também apareceu no jogo e marcou o gol da classificação em bobeada do Brasil. Roberto Carlos, mais próximo para marcar o francês, estava amarrando o cadarço quando a bola foi cruzada por Zidane e mandada para o fundo das redes por Henry, de primeira.
Parreira do banco, demonstrava toda a sua falta de talento, e assistia quieto, sem ação, a derrocada brasileira em Frankfurt. No segundo tempo, tirou Juninho Pernambucano que não vinha aparecendo e colocou Adriano. Sim, voltou o Brasil a atuar com o tal quadrado mágico, quadrado esse que só funcionava em sonhos ou contra adversários fracos como a Seleção de Lucerna. Isso enquanto no campo, acompanhávamos a ineficiência de Cafu e Roberto Carlos tanto para apoiar quanto para atacar; a falta de futebol de Kaká que nem parecia o mesmo jogador que iniciou o mundial de tão perdido que estava em campo; isso tudo sem citar, a atuação para lá de discreta do melhor jogador do mundo, Ronaldinho Gaúcho.
A França marcava o Brasil no campo brasileiro, enquanto os brasileiros quando os franceses tinham a bola, apenas observavam ao invés de marcar em cima e diminuir espaços. As semelhanças dessa atuação com a de 1998, são incrivelmente grandes. Como destaques temos as atuações dos zagueiros Lúcio e Juan, impecáveis no desarme, principalmente Lúcio que jogava com categoria. A situação do jogo era tão complicada para o Brasil, que Lúcio que não tinha cometido uma única falta até essa partida, acabou ainda levando cartão amarelo, mesma situação de Juan. Roberto Carlos não era nem sombra do lateral, que inspirava confiança em suas arrancadas e cruzamento, nem Cafu que errava muitos passes e não tinha criatividade alguma.
Parreira decidiu colocar Cicinho no lugar de Cafu, só que bem tarde, mais tarde ainda foi a entrada de Robinho que entrou no lugar de Kaká. Cicinho e Robinho mudaram o panamorama da seleção, jogavam com raça, disposição, corriam, marcavam, tabelavam. Por que tão tarde Parreira? As lições contra Croácia e Austrália não foram suficientes? Ou o placar enganador contra Gana, quando o Brasil de novo decepcionou, o iludiu?
A falta de coragem e de inteligência do treinador da seleção, nos levaram a assitir a pior exibição do futebol brasileiro em Copas do Mundo. Não é uma surpresa, o Brasil jogou igual contra a Croácia e contra a Austrália, e de forma bastante parecida contra Gana. Pode-se dizer que o Brasil entrou em campo apenas uma vez, contra o Japão, quando criou inúmeras chances de gol, se movimentava, marcava. Por coincidência, não jogaram naquele jogo Cafu e Roberto Carlos, e nem Adriano. O quadrado não existia, o companheiro de ataque de Ronaldo era Robinho e nas alas tinhamos a velocidade e habilidade de jogadores com muita disposição para a vitória: Cicinho e Gilberto.
Desculpas para o fracasso com certeza já estão sendo ensaiadas há muito tempo, mas ela não existe. O Brasil não provou que é o melhor futebol do mundo, longe disso, mostrou um futebol burocrático e pouco criativo. E quem se salvou dessa leva, foi pasmém, apenas os defensores: Dida, impecável no gol, assim como Lúcio e Juan, absolutos na zaga. As maiores decepções ficam para a inexistência de Ronaldinho Gaúcho que simplesmente não jogou e para a ineficiência de Parreira, incapaz de aprender com os próprios erros. Ronaldo, mostrou o artilheiro que é, foi xingado, execrado, mas voltou em grande forma, mas sozinho? O que poderia ele fazer? Robinho se mostrou o grande craque do elenco brasileiro, contrariando as previsões pré-copa em Ronaldinho Gaúcho e as iniciais da Copa em Kaká, que ao final, não parecia o mesmo jogador que iniciou a competição.
Agora iniciaremos um novo período de trevas no futebol brasileiro, um novo período de caça as bruxas, tentando exorcizar mais esse fracasso. Um período de mudanças se iniciará, jogadores como Roberto Carlos e Cafu, já provaram que suas épocas passaram. Dida, já estará com seus 36 anos na próxima; Ronaldo, terá seus 34, e com a dificuldade em manter a forma física, com certeza disputou sua última copa. Emérson, Zé Roberto, Rogério Ceni, também. Para se fazer uma idéia o próprio Ronaldinho Gaúcho, já terá 30 anos na próxima Copa, nem ele está garantido, principalmente levando-se em conta que ele não jogou nada nessa.
É não sei mais o que escrever, só sei que estou triste.
Saudações
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